Fundada em 19 de abril de 1896, de fins culturais, artísticos e recreativos, se mantém ativa e atuante como Patrimônio Cultural de Serrinha e da Região Sisaleira.
Sem fins lucrativos não remunera Diretores nem Associados.
De acordo Estatuto, “orienta toda sua atividade no sentido de manter o Corpo Musical da Filarmônica e a Escola de Preparação Musical; Organizar Biblioteca, Discoteca, Videoteca e Espaço de Recreação para uso de seus associados e beneficiários; Promover a criação de Teatro de Amadores; Realizar festas comemorativas das grandes datas cívicas, concertos musicais e reuniões de caráter recreativo e/ou cultural; incrementar entre os seus associados o gosto pelo cultivo da Arte em todas as suas linguagens”.
Títulos de utilidade pública
1. Estadual: Lei 6732 de 09.01.1995 da Assembléia Legislativa da Bahia.
2. Municipal: Resolução 08/74 de 17.05.1974 da Câmara de Vereadores.
Conselhos que integra
1. Conselho Municipal de Cultura: Assento Permanente, Inscrição 001/2010
2. Conselho Municipal de Assistência Social: Inscrição 044/03.
3. Conselho Federal de Cultura: Inscrito.
Áreas de atuação
- Música, Artes Cênicas, Artes Plásticas, Gráficas, Cinema e Vídeo, Fotografia, Literatura, Biblioteca, Saberes e Fazeres, Artesanato, Folclore, Tradições Populares e Arquivo;
- Ponto de Cultura, Ponto de Leitura e Cine mais Cultura;
- Como Patrimônio Cultural de Serrinha – Mantem viva as tradições e atividades culturais do município e região disponibilizando seus espaços físicos e equipamentos para todas as manifestações culturais.
Escola de Música
A escola de música sempre funcionou na instituição com intuito de formar o seu Corpo Musical.
Em 2003 a nova Diretoria achou por bem incluir a Flauta Doce no aprendizado, dando maior motivação ao ensino da música. Inúmeras crianças passaram a tocar um instrumento concomitante as aulas de música, passando a ser um atrativo maior na cidade. Após esse período de 6 a 12 meses no Iniciação com Flauta Doce, os que permanecerem passam a frequentar aulas como Aspirantes às Orquestras, manuseando instrumentos de Cordas, Sopro, Teclas e Percussivos, além do Canto.
1ª Diretoria
1º PRESIDENTE: Aurelio Dionisio de Almeida;
OUTROS MEMBROS: Julio Paes, Moisés Alves, Antônio Pinheiro da Mota, Rogério Alves da Silva e Estefanio Pedreira de Freitas.
Diretoria Atual: biênio 2021/2023
PRESIDENTE: Isaac Álvaro da Silva
VICE-PRESIDENTE: Ian Pedro Martinez Silva
PRIMEIRO SECRETARIO: João Carlos Carneiro da Silva
SEGUNDO SECRETARIO: José Evandro Alves Santiago
TESOUREIRO: John Wolter Oliveira Silva
ORADOR: Natalino Manoel do Sacramento
DIRETOR CULTURAL E ARTISTICO: Sirleide da Mota
DIRETOR SOCIAL DE MÚSICA: José Valdir Rodrigues Pinto
DIRETOR SOCIAL DE PATRIMONIO: Anete Ferreira Monteiro
PRESIDENTE DE HONRA: Manoel Augusto Paes Nunes
CONSELHO DE SINDICANCIA: Ivan Conceição Mercês, Plínio Pereira dos Santos e José Luiz Sancho da Silva.
Presidentes
1º AURÉLIO DIONÍSIO DE ALMEIDA: 1896
2º PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL: PADRE MANUEL LUIS DA FONSECA
PRESIDENTE DA EXECUTIVA: JOSÉ PINHEIRO ALVES, CAFUTI – 1899
3º ANTÔNIO PINHEIRO DA MOTA: 1910
4º DIOCLECIANO VIANA: 1923
5º ANDRÉ NEGREIROS FALCÃO: 1935
6º EUVALDO CAMPOS: 1936
7º ANTÔNIO PINHEIRO DA MOTA: 1940
8º JOSÉ VILALVA RIBEIRO: 1950
9º JOSÉ RAMOS DE MENEZES: 1960
10º – MARIANO JOSÉ DE OLIVEIRA SANTANA: 1970
11º JORGE LUIZ
12º HAMILTON SAFIRA DE ANDRADE: 1977
13º CELSO BOAVENTURA: 1981
14º MANOEL DE SOUZA NUNES: 1989
15º ISAAC ÁLVARO DA SILVA: 2003
Maestros, Monitores e Professores
1910: CAZUZINHA
Natural de Alagoinhas era uma personalidade admirada por sua polidez e modo educado de falar. Regeu a banda no início do século passado. Não confundir com Cazuzinha do Tanque Grande, outra personalidade. Existem poucos dados disponíveis à pesquisa sobre a personalidade de Cazuzinha.
1918: ISMAEL MARQUES
1923 A 1935: DEOCLECIANO VIANA
Deocleciano de Souza Vianna (Vianinha) era natural de Santaluz, onde participava das culturais como 1º secretário e maestro da Lyra Santaluziense, no início do século passado. Por volta de 1922, transferiu-se para Serrinha para ser maestro da “30” durante 12 anos (1923/1935) e comerciante, proprietário da Alfaiataria Vianna.
Além de ser maestro tocava flauta e formou uma geração de músicos-Alfredinho, Euvaldo Campos, Bráulio Franco, Tatá, Georgenes, os irmãos Ramos- Nelson, Alfredo, José e Panema; Zelito Barbosa, Simão, Loirinho, Claudionor Ferreira e outros. Compôs várias peças musicais e era estimadíssimo pela comunidade.
Em 1935, mudou-se para São Paulo e sua despedida aconteceu em 5 de julho daquele ano, com emocionante festa na gare do trem. Fixou residência em Rio Preto e foi substituído por Luiz Marreta.
Vianinha era casado com Etelvina Ramos Vianna (Vivina), esta formada pelo Conservatório de Música da Bahia e que deu uma grande contribuição às atividades artísticas locais no início do século passado. Fundou juntamente com o padre Mário Carvalho a Schola Cantorum, cujo corpo musical atuava no coro da igreja. Era constituído pelas filhas de Emiliano Santiago- Ester, Zizinha, Alice e Leninha; as filhas d Dóse Gonçalves- Neném, Iaiá, Floripes, Valda; as filhas de Antônio Nader- Olinda, Belanisa, Olga, Suzana, Elisa, Pipe Paes, Carmita Pinheiro, Iaiá Leal e Dalila.
Viana escreveu a valsa Meu Sertão, que a professora e musicista Maria da Glória Valverde Meinking considera o hino de Serrinha, acompanhava ao piano as peças teatrais de Pipe Paes e promovia saraus ao lado do marido nas noites de Natal e nos finais de semana. Com a ida de Etelvina para São Paulo, a direção do coro ficou sob a responsabilidade de Jesuína Paes Nunes (Pipe), tendo como harmonista Zezinha Santos e depois Maria de Lourdes Nogueira.
Entre os anos de 1920 e 30, Vianinha compôs vários dobrados e teve uma de suas músicas publicadas pelos irmãos Vitalle, de São Paulo. Fez também sucesso em Serrinha o samba estilizado “Da Nela” de autoria do padre Mário Carvalho.
“…Que coisa boa é um beijinho
Dado de leve, de mansinho,
Na tua boca
Aí, eu tenho vontade louca…”
O padre Mário Carvalho foi vigário em Serrinha (1922-28) e era contumaz namorador. Foi transferido para Alagoinhas e continuou com suas façanhas amorosas envolvendo-se num escândalo. Deixou a batina e foi morar no Rio de Janeiro onde exerceu as funções de jornalista.
CLAUDIONOR FERREIRA DA SILVA
BRAULIO DE LIMA FRANCO
1936: LUÍS MARRETA
ALFREDO ELISARIO CORREIA
EUCLIDES BARBOSA
1944 A 1970: JOÃO NUNES DE AZEVEDO
João Nunes de Azevedo nasceu em cachoeira, em 5 de abril de 1913, e aos 8 anos já tocava clarinete. Aos 10 anos fazia parte da “Filarmônica Lira Maria Quitéria”, em Tanquinho de Feira. Aos 13 anos escreveu o primeiro dobrado “ Lírio Novo” e abraçou a profissão de ourives.
Em 1929, retornou à Cachoeira e ingressou na “Lira Ceciliana”, como 1º clarinete solista. Um ano depois, aos 17 anos de idade era regente da “lira Ceciliana Bonfinense”. Posteriormente foi morar em Maragogipe para completar os estudos musicais com mestre Heráclio Guerreiro, estudando harmonia e contraponto. Já tinha escrito vários dobrados, valsas e marchas entre elas “Terpsicore”- polaca solo de soprano; e “Abrigo das Palmeiras”, marcha concertante.
Em 1934, regeu a Lira Guarany” de Cruz das Almas e aprimorou estudos de regência com Francisco Fróis e Claudionor Wanderley.
Em 1935, concorreu a concurso de dobrados em Salvador ficando em 2º lugar com a peça “Capitão Facó”. Em maio de 1936, Azevedo ficou viúvo e escreveu “O meu silêncio”, fantasia com letra do poeta Artur dos Santos Couto. Depois regeu as filarmônicas “Vitória” de Feira de Santana; Lira Maria Quitéria de Tanquinho.
Em 1944, já consagrado como maestro foi convidado para ser regente da 30 de Junho onde ficou por quase 30 anos. Em 1945, inaugurou a mais famosa banda serrinhense a “Azevedo e sua Orquestra” que animou muitas festas e carnavais da cidade. O maestro apresentava-se ora regendo e ora tocando sax-alto com toda picardia. Era uma figura elegante, bigodinho fino, cigarro quase sempre nos lábios e de humor inglês. Escreveu muitas peças para a “30” e para orquestra.
São fantásticas as histórias contadas sobre Azevedo. Era um contumaz “colhereiro” no bom sentido, rivalizando-se com Padreco outro famoso piadista da cidade.
Possuía a Relojoaria Azevedo, casa comercial que funcionava ao lado do Café de Agripina, e vendia e consertava relógios. Seu auxiliar no balcão chamava-se Manoelzinho Capenga e, certa ocasião, numa briga doméstica com Gildardo Queiroz, desacatou Gil do Bigodão. Este à noite, entupiu de merda a fechadura da relojoaria de Azevedo. Foi uma vingança Terrível.
Conta-se que, usando explodiu a caldeira da máquina 500 na gare de Leste, Azevedo estava em sua casa comercial consertando um relógio. Tal foi à violência da explosão que o relógio escapuliu de suas mãos, saiu voando pela porta e desapareceu. Passados dois anos do episódio, ocorrido em 1951, o maestro caminhava por uma baixa na Ru da Estação quando ouviu sons numa moita “tic-toc”, “tic-toc”. Para sua surpresa lá estava o relógio, em perfeito estado, ainda trabalhando.
Segundo o maestro Celso Boaventura, Azevedo era um homem que gostava de filosofar, tinha muitas manias e ciúme doentio sobre a regência da “30”, da qual não abria mão para ninguém.
Conta Celso que, certa ocasião, ele chamou Nelson Ramos e convenceu o trombonista a reger a entidade. Nelson resistiu o quanto pode, pois sabia que Azevedo poderia estar preparando para pegar-lhe uma “peça”, até porque, não se sentia capacitado para a missão. De toda sorte, diante da insistência de Azevedo, já se dizendo velho e cansado, Nelson topou a tarefa.
Nelson, mesmo achando a ideia inusitada, acabou aceitando o conselho do “mestre”. Quando chegou a festa de Santana, Azevedo chamou Celso, ficou embaixo do oiti da Prefeitura e assim que a banda passou, começou a rir e zombar de Nelson. Cutucava Celso e dizia em tom sarcástico: “Cadê a partitura do tambor e do pandeiro?”.
Nelson quando soube da brincadeira ficou irritado, mas depois perdoou Azevedo. Azevedo tinha mania de meditar. Quando chegava tarde da noite ia até a gare da estação do trem para um dedo de prosa com Celso. Depois, a convite de Azevedo os dois saiam andando, subiam a ladeira do hospital Geral e passavam lá adiante, na porta do cemitério.
Azevedo então dizia: – Vamos entrar.
Celso respondia: Entrar pra que João?
—Estás com medo! – Indagava Azevedo.
Os dois entravam no cemitério e Azevedo seguia até perto da capela, escolhia uma sepultura e se sentava na lápide. Ficava entre 30 a 40 minutos, calado, meditando sem dizer uma palavra.
Certa ocasião, Azevedo escreveu um dobrado e quando chegou na parte do bombardino a inspiração acabou. A partitura não saia de jeito nenhum. Azevedo então resolveu ganhar a noite e foi parar no cabaré do Viana. Quando se dirigia para lá, ao chegar nas proximidades, uma prostituta assobiou para um cafetão avisando em código que ela estava na área livre e desimpedida.
Azevedo ouviu aquele lamento no assovio sendo respondido pelo cafetão em outro tom. E aí correu para casa e terminou a partitura do bombardino.
Emotivo, certa feita ia passando pela sede da “30” e o maestro Celso ensaiava um dobrado de sua autoria. Ficou tão paralisado ouvindo a composição. Naquele momento, o maestro Celso então o convidou para entrar, pegou o piston e passou a batuta ao “mestre”. Este em lágrimas, terminou a regência de sua própria composição.
Um dos filhos de Azevedo, Ivan, jogou no fluminense local. Arisco ponta-direita. Outro filho, Ivoney, ainda hoje mora em Serrinha e trabalhou na Coelba.
CELSO BOAVENTURA
Natural de Conceição do Coité, Celso Boaventura é filho de Genésio Boaventura, um apaixonado pela música e que tocava na Lira Carlos Gomes daquela cidade.
Veio para Serrinha na década de 1940, como músico (piston) e funcionário da Leste Brasileiro, onde vive até hoje aposentado da Rede Ferroviária Federal, porém, não da música, ainda sua grande paixão.
Integrou a orquestra de Azevedo, de quem era discípulo e grande amigo. Na década de 1970, quando Azevedo foi morar em salvador, Celso assumiu a regência da “30” e fundou a sua própria orquestra. Foram os anos mais difíceis para a “30”, sem apoio dos poderes públicos e da comunidade.
Assumiu efetivamente a direção da entidade entre 1981 a 89, depois de um bate-papo que teve com Epifânio Nascimento (Simão) e um grupo de amigos. A “30” estava praticamente desativada e Celso prometeu que a colocaria na rua após 30 dias de ensaio. Assim, cumpriu a palavra e passou com abanda em frente à casa de Simão, o qual, adoentado, não pode ver o desfile nas ruas. Simão foi às lágrimas.
Em 1989, depois de apresentar-se na abertura dos Jogos Intermunicipais, quando a “30” ficou das 13 às 17h em pé no estádio, e fazendo evoluções, depois de um desentendimento com Waldir Cerqueira, se recusou a levar a entidade às ruas, pois entendia que o corpo musical estava exausto. Em seguida, renunciou a condição de diretor e maestro da “30”.
A orquestra de Celso animou muitas festas em Serrinha, sobretudo vários carnavais na ACS.
LUÍS ANTÔNIO
ANTÔNIO COSTA
GAIBU
SEU NEM
1981 A 1989: CELSO RUBENS BOAVENTURA
1991: FÁBIO DE AZEVEDO
1992: CHARLES
1992: PAULO AMORIM
1992 A 1995: BERNARDO DA SILVA
1996: SÔNIA MARIA OLIVEIRA
JOÃO DOS REIS ALEXANDRIA
BERNARDO DA SILVA
ANTONIO MARTINS SOARES SANTANA
VIDA E CARREIRA:
Antônio Martins Soares Santana, maestro, é filho de Antônio Raimundo Santana e da Senhora Corina Soares Santana. Nasceu na cidade de Baixa Grande BA, em 25/11/1964, por volta das 19:00h, segundo informações de sua mãe um parto rápido, já que não havia manifestado dores de contração, então, ao primeiro sinal de dor já vinha rompendo a placenta e nascendo sem ter dado tempo a parteira ter chegado para o trabalho de parto. Ao chegarem, parteira com outras ajudas, detectaram que o bebê estava sendo sufocado com o próprio cordão umbilical, sendo salvo em tempo, pela graça de Deus. Sendo o quarto filho em uma filiação de mais sete irmãos, recebeu o nome de batismo católico de Antonio Martins. Antonio, em homenagem ao pai e Martins ao seu avô paterno. Cresceu no meio de uma família humilde, de artistas, pois, a sua mãe, dona Corina era cabeleireira e costureira, e Antonio Raimundo o seu pai, era padeiro, e como amante da música aprendeu ainda jovem, a tocar trombone, sendo o seu mestre de música o senhor Eulino Maroto, maestro clarinetista da antiga e centenária filarmônica Cinco de Março Baixa-Grandense, que nos idos da década de 1950, lutavam para reerguerem a antiga furiosa musical como era conhecida na região. O senhor maestro Maroto, ainda conseguiu formar um bom grupo de músicos que reergueram a referida filarmônica, se destacaram como músicos renascentistas desta geração, o grande trompetista Bento Santana irmão de Antonio Raimundo Santana tio do maestro Martins, e outros a exemplo de Zilton, saxofonista, Eulicio sax, e alguns mais. Entretanto, a banda só conseguiu existir por mais dez anos. A falta de instrumentos musicais, a saída do maestro que fora embora da cidade terminou causando diversas dificuldades que levaram ao fim da referida Filarmônica, que dela hoje só resta o nome dado ao antigo Clube recreativo da cidade, o Clube Social Cinco de Março. O maestro Martins cresceu no meio da arte musical, pois, o seu pai, o trombonista Antonio Raimundo, o conhecido artisticamente por Marrom, juntamente com o seu irmão trompetista Bento Santana, criaram na década de 1960 um conjunto musical que tocavam o repertório dos maiores sucessos da época, os Iê Iê Iê da jovem guarda.
Com o nome de BS7, Grupo musical Bento Santana e os 7, o mencionado grupo musical foi sucesso e referência na região e na Bahia. Mais tarde por uma divisão causada por gosto de repertório, o grupo musical se dividiu e então o trombonista Antonio Raimundo, Marrom, fundou outro grupo em meados da década de 1970, o MusiPop. O MusiPop, ensaiava dentro de minha casa, três vezes na semana o grupo se reunia para os ensaios, fora os horários que alguns músicos iam para ensaiarem as suas partes das músicas do repertório. Sob a influência do ambiente musical em casa, fora o DNA de músico no sangue, o maestro Antonio Martins, foi se envolvendo na vida artística musical, os primeiros envolvimentos ocorreram como percussionista das orquestras que tanto os seu pai como o seu tio trompetista organizavam para as tocatas de carnavais, e os são joãos que faziam na região. O gosto pelo instrumento musical veio de admirar ao seu pai trombonista que até hoje ele tem como referência. A vontade de tocar o instrumento o incomodava, então, pediu ao seu tio para Bento Santana trompetista passasse as primeiras lições chamadas na época de artinha musical. Entretanto, as constantes dificuldades de ter a disponibilidade do saudoso tio para passar as lições, deixava ansioso pela a pressa de tocar. Mesmo assim, já fazia os primeiros movimentos da escala em C maior (Dó). A sorte ocorreu em 1979, quando o maestro velho da Cinco de Março, foi fazer uma visita na cidade, pois, já havia cerca de quinze anos que não aprecia na cidade, então, resolveu retornar para tentar reerguer mais uma vez a referida filarmônica, neste contexto, com o incentivo do prefeito da época, Evandro Miranda, com tal projeto ambicioso e muito importante, agremiou um grupo de alunos, e então eu tive a oportunidade de em curto período de tempo aprender os primeiros movimentos musicais juntamente com o meu irmão saxofonista Afrânio. Infelizmente, mais uma vez o sonho do velho maestro foi frustrado pois, a falta da aquisição dos instrumentos inviabilizou o seu ideal, e então a frustração o fez retornar para a cidade de Itabunas BA. Entretanto, o seu empenho e ideal não foi perdido. Daquela leva de alunos surgiram dois músicos que até os dias atuais continuam como profissionais da música, o Capitão da Polícia Militar Afrânio Soares Santana, que regeu a Banda de Música do 1º Batalhão da PM, e o Maestro Antonio Martins, Maestro Martins.
A CARREIRA COMO MAESTRO:
Logo cedo o trombonista Antonio Martins, foi se dedicando aos estudos musicais e ele foi adquirindo destaque em meio de bons e grandes músicos que tocavam com o seu pai e tio. Assim, logo atingiu a confiança de liderar grupos de orquestras e de fazer solos mais audaciosos. Na década de 1980, o seu pai foi forçado a se mudar para Feira de Santana, pois, era funcionário público da Policia Civil do Estado e então juntando a necessidade do serviço ao ideal de oferecer uma melhor educação aos filhos fez a mudança, e então o Maestro Martins passou a ter a oportunidade de então tocar em uma Banda de Música de referência pois, esse era o seu sonho. Tocar em uma Filarmônica. Se ingressou na Filarmônica 25 de Março Feirense e então, assim realizou o seu sonho e teve a oportunidade de tocar sob a batuta do Maestro Miro, muito exigente que não demorou a perceber a performance do trombonista. Cada vez mais ia se destacando como trombonista em Feira de Santana, começou a surgir as primeiras oportunidades de reger bandas e de formar músicos. Em 1985, surgiu uma oportunidade para assumir a regência e a escola de música da União Musical Ipiraense.
Um grupo estava interessado em reerguer a citada filarmônica, então, por intermédio de seu pai Antonio Raimundo, Marrom, que trabalhava naquela cidade como agente policial, fez o intercâmbio e então foi feito o acerto de ensinar música naquela instituição musical. OS DESAFIOS Ao assumir o compromisso desafiante, o Maestro iniciou as atividades pedagógicas daquela filarmônica no dia 20 de setembro de 1985, tinha sido professor anterior o Maestro da Lira de Riachão do Jacuípe, o bombardinista e Maestro Roberto, em memória. As atividades pedagógicas se iniciaram, e com uma alta carga de ensino no dia 25 de dezembro do mesmo ano foi feita a primeira retreta da filarmônica. Saímos às ruas da cidade tocando um repertório natalino, canções fáceis, pois, as condições de experiências dos aprendizes não davam para tocar peças mais complicadas. Mas, foi uma festa, a cidade foi ao delírio em ouvir os acordes da filarmônica após mais dez anos de desativada. A banda foi finalmente reerguida, mas, em menos de cinco anos surgiram novas dificuldades, em manter instrumentos, investir na formação de novos alunos e assumir o salário do maestro terminaram desestimulando o progresso do projeto e então, o maestro teve que sair. Apesar da banda continuar insistindo, porém, não mais tocou em suas retretas artísticas. Após, esta experiência surgiu o convite de restaurar uma filarmônica na Cidade Mundo Novo BA. Em 1988, foi empossado na frente do projeto de levantar a antiga Lira Musical Mundo Novense, entretanto, mesmo com alunos já tocando o projeto não prosseguiu por falta da aquisição de instrumentos musicais. Após, esta, surgiu a ideia de restaurar a de Baixa Grande, porém, pelos mesmos motivos não prosseguiu. Apóstal experiência, o Maestro Martins se ingressou na Polícia Militar como Sargento, passando a sentar na Banda de Música do 11º Batalhão em Itaberaba no naipe de tuba Bb. Destacou-se como baixista tubista da banda, onde escreveu arranjos para o repertório da referida banda de música. Tempos depois, foi transferido para a Banda de Música do 1º Batalhão em Feira de Santana. Na nova sede de suas atividades foi se destacando como arranjador, e sendo cada vez mais capacitado como autodidata, foi chamado para assumir a regência da Banda de Música da Igreja Assembleia de Deus. A amizade com o seu maestro de saudosa memória Rauel Nunes, permitiu algumas apresentações e então com a morte do citado Maestro o Maestro Martins foi convidado a assumir a regência musical do grupo. Em 2003, após a uma certa convivência com a Filarmônica 25 de Dezembro de Irará, o maestro foi convidado a assumir a regência da mesma. Convidado pela diretoria da época que tinha como presidente o Senhor Antonio e Jackson, o Dr. Deraldo Portela o convidou e apresentou à diretoria o Maestro que já era conhecido do corpo musical da filarmônica em comento, pois, muitas das vezes era convidado pelo Maestro Xaxá para que reforçasse a mencionada filarmônica. Os desafios foram grandes na nova experiência do Maestro, entretanto o seu zelo, a sua dedicação, o seu empenho e esforço ajudaram a referida Banda de Música em sua história a ocupar o lugar de destaque entre as melhores do Estado da Bahia no ranking do gênero musical de filarmônica. Após dois anos e seis meses na regência da 25 de Dezembro, pediu para sair da frente da regência, por motivos do cansaço dos deslocamentos. Entretanto, até hoje é respeitado e admirado como ex-maestro e amigo daquela referencial filarmônica
Após ter saído da regência da 25 de Dezembro de Irará, o maestro ficou na sub regência da Banda de Música do 1º Batalhão, tocando e fazendo arranjos musicais, neste contexto, surgiu a oportunidade ímpar de assumir o projeto de reerguer o corpo musical da 30 de Junho, a saída do saudoso Maestro Bernardo e algumas outras questões que diz respeito à diretoria da referida instituição musical fez com que o Senhor Isaque e a sua Digníssima esposa, de saudosa memória, me procurassem, tive a oportunidade de recebe-los em minha casa onde fui convidado para assumir o desafio de iniciar um trabalho pedagógico musical na mencionada casa musical. Foi desafiante, iniciar um trabalho com uma nova perspectiva pedagógica era algo difícil não só para mim, mas também, para o senhor Isaque que já estava acostumado com a pedagogia tradicional do Maestro Bernardo, que aqui abro um parêntese para dizer que era um profissional de excelência. Entretanto, a vida é feita de desafios, e juntos foi assumido o compromisso de modificar a pedagogia da escola musical. O Maestro Martins ficou menos de dois anos, de 2007 a meados de 2009, na regência e na coordenação pedagógica da referida instituição centenária de música, mas, acredita ter deixado a sua contribuição no crescimento da grande e honrada Filarmônica 30 de Junho.
ATUAL: ANDERSON JOSE DE MATOS SILVA
Iniciei minha carreira como musico no ano de 1991, a convite do vice-presidente Manoel de Souza Nunes, mais conhecido por Seu Nilton.
Meu primeiro Maestro foi Fabio de Azevedo, e meu primeiro instrumento, foi o Sax Horn, também conhecido como Trompa. No final do ano de 1991 o então Maestro Fabio Azevedo me deu o Trompete para estudar, e acabei ficando com ele por 18 anos.
Meu segundo Maestro foi Bernardo da Silva no ano de 1992 em seguida veio o Maestro João dos Reis Alexandria no ano de 1998 onde em 1999 ele fez um teste para Contramestre com alguns músicos da banda e eu consegui passar. No ano de 2001 eu assumi a banda como Regente ficando até o inicio de 2002, quando o Maestro Bernardo da Silva voltou a comandar a banda. Em 2003 eu fiquei na frente da banda até o final do ano de 2006, quando saí da cidade e da instituição e fui morar em Salvador, retornando no meio do ano de 2008, reassumindo a Regência e o ensino de música onde estou até hoje.